Mito e Logos - Ruptura ou Continuidade?
O Sonho de Ícaro
(Narrativa adaptada - Prof. Marcos de Melo)
Dédalo, inventor e grande engenheiro, preso na Ilha de Creta, juntamente com o filho Ícaro, buscava no "ócio" uma ideia que possibilitasse a fuga de ambos da "prisão sem grades", cercada de penhascos mortais e tubarões.
Muito criativo, alcançou a ideia de voar. Voar, voar, eis a chave da "prisão sem grades".
Utilizando-se de penas de gaivotas, gravetos de arbustos e resinas mineral e vegetal, iniciou a concretização do "Sonho de Ícaro", que passou toda a infância sem conhecer o que é ser livre.
Agora jovem, a ideia e os cuidados do pai davam-lhe a esperança.
Enquanto Dédalo planejava e construía as asas, aconselhava Ícaro dos perigos do voo da liberdade. E advertia o filho: "Se voar muito alto, o Sol derreteria a cera e as penas se soltariam, cairia no mar, encontraria a morte. Se voar muito baixo, as ondas do mar tornar-se-iam úmidas as penas, e pesadas as asas não conseguiria sustentar o voo, cairia no mar, encontraria a morte."
Ícaro, não ouvira os conselhos e advertências do pai, voou alto, caiu no mar, morreu!
Mito vem do grego μυθος, transliterado para o latim Mythus, que significa "narrativa".
Do ponto de vista histórico pode-se distinguir três significados para o termo Mito:
1º - forma atenuada de intelectualidade;
2º - forma autônoma de pensamento ou de vida;
3º - como instrumento de estudo da sociedade.
Na Antiguidade Clássica, o Mito foi considerado como atividade intelectual inferior, deformada. O Mito era capaz apenas de aproximar da verdade (verossimilhança). Somente a razão poderia alcançar a verdade.
O Mito era considerado como um tipo de "verdade imperfeita" com significado moral ou religioso muito claro. Por meio dele, o Mito, poder-se-ia ensinar condutas de relações humanas ou mesmo em relação à divindade.
O que é um mito?
Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da
Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do
bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das
raças, das guerras, do poder, etc.). (Chauí, Convite à Filosofia, 2000)
E as "narrativas" sobre as origens e organização do mundo, por forças geradoras divinas, são chamadas de Cosmogonias.
Enquanto as "narrativas" sobre as origens dos deuses, são chamadas de Teogonias.
Filosofando...
Filosofando...
Ora, se as "narrativas" mitológicas não são lendas, então as alegorias, as fantasias, o impossível, o inexplicável, o maravilhoso, o sobrenatural e, toda destreza poética de uma língua podem servir ao discurso, à tradição, para fins de educar o ser humano?
Pensemos um pouco os mitos da atualidade:
O Superman, por exemplo, nas produções cinematográficas dos poderes superiores ao homem comum, espelha virtudes que nós seres humanos podemos alcançar.
A Mulher Maravilha, superpoderosa, com seu laço da verdade e postura de guerreira, mostra ao mundo um novo tipo de mulher, uma que é capaz de governar.
Porém, os Mitos, ou a força deles, na atualidade, em razão das "novas tecnologias" que possibilitam ser reconfigurados dia a dia, até mesmo repaginados de um momento para outro, tornaram-se hoje instrumentos eficientes e de grande eficácia no marketing de "ideologias dominantes", que nem mesmo na Antiguidade, ou noutra época da história da humanidade, foi capaz de promover tão tamanha alienação tal qual encontra-se o mundo hoje.
Uma coisa é certa: podemos perceber que o Mito se relaciona com a Razão(Logos).
Demonstra nossa capacidade de perceber a realidade refletindo sobre ela e nós mesmos, e portanto, também revela nossa habilidade de estabelecer o conhecimento a partir de caminhos diversos.
Podemos conhecer pela contemplação, pela fé, pela intuição, pela simples observação, pela experiência sensorial, pela lógica do pensamento, pelo método científico rigoroso, ou mesmo filosofando.
Ciência, Religião e Filosofia, quando integradas, torna-se um caminho para o conhecimento autêntico, verdadeiro, sobre todas as coisas e nós mesmos, ao menos no limite de nossa capacidade de conhecer.
Pensemos um pouco os mitos da atualidade:
O Superman, por exemplo, nas produções cinematográficas dos poderes superiores ao homem comum, espelha virtudes que nós seres humanos podemos alcançar.
A Mulher Maravilha, superpoderosa, com seu laço da verdade e postura de guerreira, mostra ao mundo um novo tipo de mulher, uma que é capaz de governar.
Porém, os Mitos, ou a força deles, na atualidade, em razão das "novas tecnologias" que possibilitam ser reconfigurados dia a dia, até mesmo repaginados de um momento para outro, tornaram-se hoje instrumentos eficientes e de grande eficácia no marketing de "ideologias dominantes", que nem mesmo na Antiguidade, ou noutra época da história da humanidade, foi capaz de promover tão tamanha alienação tal qual encontra-se o mundo hoje.
Uma coisa é certa: podemos perceber que o Mito se relaciona com a Razão(Logos).
Demonstra nossa capacidade de perceber a realidade refletindo sobre ela e nós mesmos, e portanto, também revela nossa habilidade de estabelecer o conhecimento a partir de caminhos diversos.
Podemos conhecer pela contemplação, pela fé, pela intuição, pela simples observação, pela experiência sensorial, pela lógica do pensamento, pelo método científico rigoroso, ou mesmo filosofando.
Ciência, Religião e Filosofia, quando integradas, torna-se um caminho para o conhecimento autêntico, verdadeiro, sobre todas as coisas e nós mesmos, ao menos no limite de nossa capacidade de conhecer.








